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3 Setembro, 2019 / Oblatas
Maria das Neves, uma peregrina da missão oblata em juazeiro

A Pastoral da Mulher – Rede oblata – completou 41 anos de trabalho oblata em Juazeiro da Bahia e, nesses dias de comemoração, vivemos uma certa nostalgia em relação à caminhada do projeto. Revivemos nossa história através de fotos e relatos, de conversas com as mulheres.

De maneira carinhosa, trazemos aqui um breve bate-papo com Maria das Neves, Educadora Social que atua há aproximadamente 30 anos na Pastoral da Mulher. Possui vínculo desde a época da Escola Senhor do Bonfim, quando existia uma creche para as mulheres deixarem seus filhos.

O que é “ser” Pastoral da Mulher, parte da Rede Oblata Brasil, para você?

“É ter esse compromisso com a causa tanto do social como da mulher que exerce a prostituição. É ter o carisma oblata, é doação, é usar esse anel (tucum) de compromisso. Pra mim é um compromisso esses quase 30 anos de Pastoral. Quando estou em casa eu não me desligo. Separo a vida do cotidiano comum, mas o amor e a oblação já existem dentro da minha espiritualidade, da minha vivência, do meu convívio familiar. Unidade Oblata, família oblata.”

O que você poderia destacar em quase 30 anos de trabalho junto à instituição?

“Destaco, em todos esses anos, a forma de acolher as mulheres que chegam até a Pastoral. É uma marca do carisma oblata a questão do atendimento e acolhimento. Todas as pessoas que chegam até nossa unidade incorporam e pegam esse jeito carinhoso, respeitador, de gratidão em receber a mulher e também todas as outras pessoas como parceiros e voluntários que chegam até a sede.”

Hoje, algumas mulheres atendidas eram crianças, filhas das mulheres assistidas na época da creche. Qual a sua sensação diante deste fato?

“Me entristeço por vê-las na prostituição. Gostaria que estivessem em outra condição social. Mas sinto uma felicidade muito grande quando outras mulheres que foram crianças atendidas pela creche e que não estão nesse meio, me encontram na rua e me reconhecem. Talvez para algumas pessoas pode ser questão de envelhecimento, mas pra mim é amadurecimento e a sensação é de felicidade quando elas relatam que lembram de mim na creche.”

Em meados de 2007, as Irmãs Oblatas partiram para missões em outros locais econfiaram o trabalho nas mãos dos leigos,  certas de que o carisma oblata estava presente. O que dizer disso?

“Foi uma responsabilidade muito grande quando as irmãs entregaram o projeto aos leigos. Vejo como um reconhecimento à capacidade de outras pessoas conduzirem o trabalho em Juazeiro sem a presença delas, mas ficou a sensação da falta e da proximidade com elas. É tanto que sentimos a necessidade de alguma delas vir ao menos uma vez ao ano em Juazeiro.”

Algum caso ou história que lhe foi muito tocante nesses anos de trabalho?

“São muitos casos, mas logo no início de minha caminhada pastoral encontrávamos uma mulher atendida bêbada e caída na rua. Era preciso trazê-la pra sede pra favorecer um banho e cuidar dela.”

Mas por que lhe marcou muito encontrar essa mulher embriagada?

“Era por causa da condição em que aquele ser humano se encontrava naquele momento. Então o que a gente podia fazer de melhor pra ela a gente fazia. Tivemos zelo, acho que é isso que nos encoraja pra ficar na caminhada. Até hoje tenho muito carinho com essa pessoa de maneira especial.”

Poderia dizer algo às pessoas que não conhecem o nosso trabalho?

“Se sensibilizem com a causa. Eu acredito que a sociedade ainda tem muito preconceito, mas por que? Porque não conhecem a causa e nem a vida da mulher em situação de prostituição. Quando quebrarmos esses paradigmas, a sociedade vai compreender bem melhor o porquê de a mulher ir para a prostituição.”

Nesta nossa celebração de 41 anos de caminhada, qual recado você deixa às mulheres?

“Sou grata em recebê-las e agradeço por elas fazerem parte desta linda história, por fazerem parte da caminhada da Pastoral da Mulher. Meu carinho e gratidão a todas e um fraterno abraço.”

Nevinha, nossa equipe e, principalmente as mulheres, agradecem por todos esses anos de dedicação ao trabalho. Que a cada dia o seu caminhar seja fortalecido em meio aos discursos de alegrias e conquistas, outros de aflição e algumas histórias comoventes, das quais, mesmo com o passar do tempo, ainda provocam descompasso ao coração.

Que Madre Antonia a inspire e que seu abraço seja cada vez mais acolhedor para aquelas que nos buscam.

Fonte:

http://unidadeoblatajuazeiro.blogspot.com/2019/08/uma-peregrina-da-missao-oblata-em.html


 

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